Essa semana assisti The Number 23 com o Jim Carrey. E desde Eternal Sunshine of the Spotless Mind, vejo o Carrey com outros olhos. Porque agora ele deu de fazer uns filmes bons. Tipo esses dois citados (e ainda tem The Majestic e Man on the Moon). E gente como eu que tem uma propensão enorme a ter TOCs não pode ver filme assim. Porque eu já tenho uns bem irritantes * e a última coisa que eu precisava é uma obssessão numerológica, né. Mas daí que vem naturalmente, você começa a contar tudo o que você vê, só pra ver se vai dar 23. Meu nome: não dá 23. Nem DELE.
E o Fingerling, o personagem principal do filme, tem um pai que é Contador. E quando o Jim Carrey leu o script achou tantas coincidências com a vida dele, tipo essa – o pai dele também era Contador – que quis fazer o filme de qualquer jeito. E eu “nossa, minha mãe é Contadora”. Como ela diz: e daí nada. Só achei coincidência mesmo. E a Virginia Madsen, hein. Adooooro. Ninguém gostou do filme. Ninguém. E eu. Nadando contra a correnteza só pra me exercitar: gostei. Mas eu é que não vou falar pra você assitir.
*Um TOC que ainda ritualizo, foi minha amiga Dri que descobriu. Em 1997 ou 98, não lembro. Porque eu ficava MUITO na internet. E daí quando a gente saía pros bares e tal, eu ficava conversando com ela digitando na mesa o que eu estava falando. Porque tem muita coisa que eu faço mal pra caralho, mas digitar não é uma delas.
E daí que ela disse: você tá digitando o que a gente tá conversando? Mas hoje eu me seguro um pouco, mas se estou parada sem fazer nada no serviço, por exemplo – e estou cantando (mentalmente) eu fico digitando a letra da música, mas um dia eu estava cantarolando e digitando a letra, bem na minha, curtindo meu TOC em paz e tal e alguém no trabalho pergunta, você toca piano? E eu muito sem graça: não. “Ah, achei que você tocava”.
Nessas horas eu nem respondo, né. Ficar explicando loucura só na internet mesmo. Nem sei quando começou, mas eu conto fonema.